A dor,
O que é a dor?
Sentada a mesa, pensando na vida, me faço tais indagações. Escrevo para organizar o que sinto, para clarear as ideias ou seja o que for. Esses pensamentos que me circulam a cabeça, a maioria não são saudáveis e muito menos felizes. Visto meu melhor sorriso e tento parecer normal, porém bem no fundo a dor me consome. As duvidas me atormentam.
E se tudo for mentira?
E se nada for verdade?
Será que me enganei tanto assim?
Será que li tudo errado?
Não quero acreditar, tento mentir que é só uma fase e que vai ficar tudo bem. Lembro de todas as conversas, de todas as inverdades que arrancam pedaços do meu peito e assolam minha alma.
Vejo imagens, imagens de nós, do passado e do futuro que eu criei. Vejo momentos, sentimentos, esperanças. A esperança de sorrir outra vez, de ter a cabeça leve e desprovida de pudores.
Meu coração bate, uma, duas, três... eu sinto dor. Não sei explicar e isso me confunde. Como posso querer te mudar. Como faço para te fazer se importar, ver dentro de mim e não te deixar entrar?
Quero meu caminho junto do seu, mas nem sempre o querer importa. O destino pode ser cruel e implacável. Os caminhos são tortuosos e só sinto dor. Ela se entranha no meu ser e me consome, vira-me e revira-me do avesso. Sinto ela tão palpável, pedaços quebrados do que era eu. Perdidos, espalhados e revirados. E essa agonia de onde vem?
Você não me enxerga ou finge não me ver ruir? Como posso atuar tão bem assim?
Quero deixar de sentir, quero ser quente de novo, mas o frio me envolve e me deixa amarga. Abro meu coração, escancaro meus sentimos e me dou conta de que estou vazia.
Me agarro a tudo que você me deu, insisto em continuar, crio um muro de esperanças, as quais eu mesma destruo. Não quero mais sentir, quero parar a dor. Tenho medo que isso seja só o começo.
Essa raiva muda que me cerca e me faz sangrar. Sinto-me perder aos poucos e vou deixando pedaços no caminho para você seguir. Só não venha muito tarde.
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