Me deito na cama e me refugiu nos livros. Por fora pareço ótima, mas por dentro meu coração sangra e ninguém sequer nota.
As pessoas esquecem que as palavras tem o poder de uma espada, elas cortam, retorcem e machucam. Suspiro em meio a agonia nauseante e tento escapar para o faz de conta. É mais fácil assim e me deixo ir.
Covarde não é bem o termo apropriado para me descrever, apenas estou cansada de revidar, não vai adiantar nada falar contra a insensatez. Não preciso ser a heroína todo o tempo, mas também não gosto de baixar a guarda.
Manter as pessoas a um braço de distancia é a solução mais lógica, mas também é a mais difícil. Não posso me conter e escapa fagulhas para todo o lado. Me sinto queimar de novo e fujo outra vez.
Nessa vida a melhor arma é a paciência, afinal tudo passa, inclusive a dor. Me pergunto se alguém é verdadeiro, ou se todos se escondem em suas capas brilhantes e olhos gentis. Prefiro mais ser eu mesma a fingir, mas toda escolha tem um preço e o meu é a dor.
Me pergunto se alguém vê além da faxada de garota durona que criei e enxerga as rachadura de palavras em meu coração. Sinto os lençóis em baixo de mim, a suavidade, a maciez do colchão, o conforto do lar que nem todo mundo tem. Sinto o ar pesar em meus pulmões e a chama da raiva se acender.
Eu sinto...
Mas não quero me importar com o que dizem as vozes em minha cabeça.
-Egoísta
-Feia
-Magra demais
Não importa o adjetivo, sempre tem alguém para apontar os nossos defeitos. Não importa se na sua frente sorriem. As palavras podem mentir.
Choro até adormecer, mas nem o sono me alivia. A paz que espero não vem. Meu ultimo pensamento é que amanhã talvez seja melhor.
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